Não via nada do que queria ver, nem senti nada do que queria sentir, estou imóvel , sou mais um peso no caminho de quem me faz andar, sou solitária, uma sombra perdida, vagueando pela noite, por uma floresta completamente deserta e assustadora, de algum modo sinto que pertenço ali, já não tenho o medo que sentira pela primeira vez.
Sento-me e fico a ler, o livro que eu queria que fosse meu, vejo-me nos olhos de outrem, eu sou o livro que escolhi ser.
Só penso! Sou peso, na vida de quem não me esqueceu, há quem diga que o ódio foi criado por uma pessoa que se sentia sufocada do amor. Bem, eu gosto de escrever sobre o amor, ou sobre a falta dele, mesmo que já não o sinta, mesmo que dentro de mim só haja gelo e espinhos, isso permite-me que eu tente criar algum sentimento por mais minúsculo que seja, e eu queria que ele fosse verdadeiro.
Ando clandestinamente vivendo o teu amor, sentindo o teu amor, mesmo que ele já não exista, dentro de mim ainda existe um pedacinho de ti, bem no fundo das minhas memórias. Foste apagado do meu coração, mas não da minha cabeça.
Estou, ou melhor estamos amaldiçoados de amor!
Quero dar um foda-se a vida, não sei a partir de que momento comecei a ficar assim, não sei a partir de que momento comi minhas próprias energias e permiti-me ficar triste, a minha vida vai bem, mas eu sinto-me triste, muito triste, não sei explicar o porquê, nem onde a deixei, mas perdi a felicidade, antes doía, agora já me acostumei com a dor, neste momento sinto-me a sufocar com os meus próprios pensamentos, com a minha família, com a falta de compreensão. Às vezes a gente só precisa de alguém que nos ouça e diga que vai tudo ficar bem, mesmo que não fique.
Eu ando a conter a mistura de sentimentos que tenho, sinto que um dia irei explodir, creio que a vitima serei eu, isso acontece com aqueles que sofrem nas mãos de quem não tem vida própria.
Eu tenho vida, mas eu sou sei ser quem sou contigo por perto, a minha vida está onde tu estás
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